sexta-feira, 23 de julho de 2010

Criatividade: Entre McGyver e Baco, um súdito da Rainha


McGyver era um cara criativo. Não exatamente por ser um gênio inventivo de dispositivos inovadores que chutavam o traseiro dos caras maus, mas por que criava soluções que salvavam o dia com qualquer objeto (aparentemente) inútil que aparecesse na frente. Se o rapaz já era um perigo com um pedaço de fio dental, um sabonete e um clipe de papel, imagine se tivesse ao menos um canivete... A ideia é a seguinte: a criatividade e inovação não são exclusividade do que é puramente novo, mas sim do rearranjo inteligente do que já temos em mãos.

Foi assim que o empresário e empreendedor inglês James Nash reinventou a maneira de vender vinhos. A novidade, batizada de The Tulip, sai do lugar comum das tradicionais garrafas, mas também foge da banalização das embalagens Tetra Pak. Ainda assim, junta o charme de uma e a praticidade da outra. O resultado são taças descartáveis (e recicláveis!), com porções individuais da bebida de Baco, direcionadas aos solteiros, aos comedidos apreciadores de uma tacinha durante o almoço, e ideais para piqueniques. O negócio parece estar indo muito bem, obrigado, com a Wine Innovations, a empresa de Nash, fornecendo para todo o Reino Unido e parte da Europa.

O plano é, em breve, desembarcar na terra do Tio Sam e do McGyver, o que soa promissor: o que o herói de Profissão Perigo faria com uma taça descartável, um invólucro metálico e uma dose de bebida?


Postado também no Grito do Ping, blog da agência Multiart/André Godoi, em 26.07.2010.

Um comentário:

Thaís disse...

Confesso que perde bastante do charme de beber vinho, que não envolve só a bebida em si mas todo o ritual... mas que fica bem mais prático para os bêbados, depressivos, desesperados e, pq não dizer, românticos irrecuperáveis levarem para todo o canto e ter seu "um minuto" de prazer no meio da multidão, não há como negar. Quanto ao McGyver, certeza que faria um helicóptero com bombas de gás lacrimogênio com isso e depois ainda beberia o vinho que guardou em uma das mãos, sem deixar derramar, enquanto construía o helicoptero com a outra. Sem mais.